Um dia... particular...

A cirurgia do meu namorado correu bem. Foi longa. 3 horas e meia, mas que aparentemente é normal. Não ter qualquer informação durante todo esse tempo é angustiante.

Mal a operação tinha começado recebi uma mensagem do meu irmão. O meu pai tinha caído em casa e estavam a ir para o hospital. Esperei para saber mais, mas quando o meu irmão me diz que ia ficar hospitalizado,  lá arranjei forma de vir para o Algarve. Com o coração nas mãos porque não ia estar presente quando o meu rapaz precisasse de mim.

Estão os dois bem. Pai e namorado. E eu... emocionalmente exausto.

Amanhã...

 O meu namorado é operado amanhã. Foram quase 2 meses de análises, exames, consultas, ansiedade, lágrimas, planos adiados... Mas foi também o período de cumplicidade, de amor, de risos e de novos planos. 

Não o quis influenciar na decisão. Havia a hipótese da radioterapia, da hormonoterapia seguida de radioterapia ou a operação. Optou pelo operação e eu teria feito o mesmo. 

Amanhã vai ser um dia difícil. A espera vai ser agoniante... Amo este homem com todas as minhas forças.

Segunda investida na Feira do Livro

 

E depois destas compras, decidi não regressar à feira do livro. Agora só para o ano.

Les mots d'amour

 

Frigorífico

 

Depois do meu namorado ter ido para casa dele, ataquei o frigorífico. 

É a minha nova obsessão. Tento ao máximo retirar os produtos das embalagens, lavar as frutas e legumes e colocá-los em recipientes. 

O frigorífico arrumado ajuda-me a arrumar a alma...

Ainda a processar...

 Ainda estou um pouco em choque... Tenho a sensação de estar num pesadelo, do qual vou acordar a qualquer momento. Ou seja, está a acontecer, mas não é bem real.

O meu namorado está aparentemente tranquilo. Nervoso e ansioso, mas tranquilo.

Veio passar o fim-de-semana cá a casa. Os nossos silêncios são cúmplices.

Amo-o muito. E dói-me imenso pensar no que ele vai passar nos próximos tempos.

Dies horribilis

Hoje tive um dia terrível no trabalho... quando ao fim da tarde o meu namorado me convidou para irmos jantar fiquei super contente. Era o que precisava. Ia ver um espetáculo, mas cancelei. A luz que imana deste homem faz-me tão bem.

Já depois da sobremesa, falávamos da biopsia que ele tinha feito há um tempo. Ele foi à app e percebeu que tinha o resultado. Tive uma sensação horrível e... o rosto dele apagou-se. Confirmou-se... cancro na próstata. Ficámos um bom momento em silêncio. Ainda estou em choque. Dói-me a cabeça. Dói-me a alma...

Paciência zero

 Estou efetivamente cansado. E isso reflete-se na paciência que tenho (ou não tenho) para as pequenas coisa. Desde o barulho de quatro teenagers no comboio, à colega de trabalho que fala sempre no registo e volume de voz acima da média, à velha piada do "queria já não quer"... A todos respondi de forma irascível.

Prometi a mim mesmo não reagir esta semana a este tipo de coisas... A ver vamos.